Decorreu no dia 4 de fevereiro, uma sessão debate subordinada ao tema do “Direito ao trabalho digno”, organizado pelo Clube de Reflexão Política António Sérgio, no restaurante Fortaleza, em Rio Maior.
O Clube de Reflexão Política António Sérgio convidou um painel de intervenientes que pretendeu representar as várias posições da sociedade, por forma a enriquecer o debate designadamente, o Dr. Pedro Miguel, o Dr. José Neves e Sérgio Ferreira, com moderação do Dr. António Moreira.
O Dr. Pedro Miguel efetuou a análise, a caracterização e o enquadramento demográfico, da população empregada e desempregada do Concelho de Rio Maior, regimes de trabalho e salários, no contexto da nova NUT2 (Nomenclatura das Unidades Territoriais) que irá agregar os municípios da Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste, bem como, apresentou a comparação com os valores estatísticos destes indicadores para Portugal.
O Dr. José Neves abordou as questões do trabalho, fazendo uso da sua vasta experiência de dirigente sindical de âmbito regional e nacional, bem como, do contacto de proximidade com trabalhadores e entidades patronais. Referiu ainda as preocupações e maiores dificuldades dos trabalhadores, com as quais tinha sido confrontado. O Dr. José Neves referiu ainda a importância da formação dos trabalhadores para contribuir para o sucesso, tanto dos trabalhadores como das empresas, e que são importantes em várias dimensões, dotando-os de conhecimento para valorizar o seu trabalho, a sua carreira, de forma digna.
Sérgio Ferreira, presidente da Associação Empresarial do Concelho de Rio Maior, apresentou a posição dos empregadores, caracterizando o tecido empresarial e fez ainda uso do seu conhecimento empresarial para identificar aquelas que são as maiores dificuldades que estes enfrentam, no seu dia-a-dia, tal como a sua posição sobre a constituição da nova NUT2.
No final, foram ainda colocados à discussão as seguintes questões: É fácil despedir em Portugal?; Qual o impacto da globalização, num contexto de competição entre nações, no trabalho digno?; Se é possível ignorar, do ponto fiscal, a substituição da força de trabalho humana pela crescente automatização dos processos?
Contou-se ainda, no final, com uma ávida intervenção da audiência, que muito enriqueceu o debate e que demonstrou grande interesse no tema, que é de reconhecida importância para o concelho, para a região e para o país.