A SpaceX é uma empresa dedicada à indústria aeroespacial, em concreto a exploração espacial. Elon Musk faz parte do corpo da direção da mesma, e é apaixonado desde pequeno pela área. Em todas as biografias que possa ler a seu respeito, todas partilham a mesma paixão pela exploração espacial, tendo sido este um dos grandes fatores para a fundação da SpaceX em 2002.

Reutilizável?

Um dos “lemas” da SpaceX é a capacidade de reutilização de vários componentes entre missões, o que permite a redução de custos e viagens ao espaço mais acessíveis a todas as organizações, e até mesmo individuais (ainda não aconteceu, mas está previsto um voo tripulado com bilhetes reservados a altas personalidades).

Uma das principais capacidades deste programa é o reuso do primeiro estágio do foguetão ao solo, próximo do sítio onde foi lançado todo o veículo.

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Muitas das vezes este primeiro estágio fica parqueado num navio drone (conhecido por droneship), que retorna de forma autónoma à costa, tendo havido ocasiões em que o primeiro estágio aterra bastante próximo do local de lançamento.

Antes do primeiro estágio aterrar, é necessário efetuar uma série de manobras, realmente espetaculares de se assistir, de forma a posicionar-se na atmosfera e orientação correta.

A aterragem, sendo ainda feita de forma totalmente autónoma, parece algo saído de um filme de Sci-Fi.

Excerto da aterragem das primeiras fases do foguetão Falcon Heavy
Créditos: Giphy

Existem várias manobras e movimentações necessárias, poderíamos escrever um artigo completo sobre esta matéria. Deixo-vos com um esquema bastante simples que ilustra todos os passos, desde o lançamento, separação de estágios, manobra de retorno e muito mais.

Esquema representativo do lançamento, separação de estágios e retorno do 1.ª estágio do veículo ao solo. Créditos: Spacex Photos.
Esquema representativo do lançamento, separação de estágios e retorno do 1.ª estágio do veículo ao solo
Créditos: Spacex Photos

SpaceX e reutilização

Tendo sido publicamente anunciado em 2011, a SpaceX conseguiu, pela primeira vez, uma aterragem e a recuperação do primeiro estágio com sucesso, em dezembro de 2015. Contudo, a primeira missão com um primeiro estágio reutilizado vem ocorrer apenas em março de 2017, com o segundo a ocorrer logo em junho do mesmo ano.

Desde então que as missões com primeiros estágios reutilizados tornaram-se rotina. Em maio de 2021, o primeiro estágio B1051 tornou-se o primeiro a servir dez missões.

Falcon 9, foguetão desenhado e desenvolvido pela SpaceX
Créditos: SpaceX Photos

O sistema de reutilização foi inicialmente desenvolvido para ser usado em conjunto com o primeiro estágio do Falcon 9, um foguetão desenhado e totalmente construído pela SpaceX nos EUA. O Falcon 9 é o ícone da SpaceX nos olhos do público, tendo transportado humanos e carga de e para a ISS (Estação Espacial Internacional). Foi usado na histórica missão Crew Demo-2 e nas consequentes missões tripuladas e de transporte de cargas.

É ainda o transportador nas missões de lançamento de satélites para a Starlink, uma outra empresa de Elon Musk, que iremos explorar num artigo seguinte.

Não só primeiros estágios

A reutilização não acaba com os primeiros estágios, apesar de parecer super interessante e espetacular por si só.

Cada foguetão Falcon 9, no caso de transportar mercadoria (payload, como é referido muitas vezes), contém uma estrutura em forma de concha, que se localiza no extremo superior, que armazena e protege a mercadoria durante a fase de ascensão.

Close-up com foguetão Dragon 9 e estrutura de fairings
Créditos: SpaceX Photos

Esta estrutura divide-se em duas após abrir, e cai de forma livre, desde o espaço próximo até à Terra. A SpaceX tentou várias formas de as conseguir recuperar, utilizado paraquedas, navios com estruturas tipo cestos, mas a melhor forma até agora é deixá-las cair no oceano e recuperá-las posteriormente.

Só prova que as soluções mais simples são, por vezes, as melhores.

A SpaceX está, sem dúvida, a conseguir evoluir dentro do que é uma indústria bastante presa ao passado, e ao que é certo e experimentado. Podia ter usado tecnologia existente nos grandes, como a NASA, mas decidiu criar indústrias e novas técnicas e formas de trabalhar, e de explorar o desconhecido.

E agora?

Se ficou interessado e quer saber mais sobre a SpaceX, os foguetões reutilizáveis e tudo o resto que a SpaceX desenvolve, pode ficar atento à categoria de Tecnologia do Rio Maior Jornal.

No próximo artigo, iremos continuar a desenvolver sobre a SpaceX e o seu recente e inovador projeto, Starlink.

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Afonso Santos
Estudante de Sistemas de Informação que aprecia escrever sobre conteúdo técnico, tecnologia e exploração espacial. É autor e participante em projetos de programação de código aberto.
https://afonsosantos.me

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