Apanhados do Clima somos muitos
Esta expressão, apanhados do clima, é uma expressão que usávamos nos tempos de juventude, muito antes de os assuntos presentes na comunicação social, se debruçarem massivamente sobre as alterações climáticas e igualmente muito antes das referências a grupos ou a pessoas com diferenças dos demais ser considerada “Bulling”.
Referia-se a uma pessoa que não aparentava ter o juizinho todo, alguém que com ou sem deficiência mental, fugia dos padrões e da norma, e que a maior parte das vezes, sem prejudicar ninguém digamos “fazia figuras” em público.
Com o evoluir dos últimos acontecimentos sobre as manifestações contra as alterações climáticas, parece que os Apanhados do Clima voltaram.
De facto, os movimentos de protesto, quando pacíficos podem ser uma forma mobilizadora para acordarem consciências sociais. Durante muito tempo vários fazedores de opinião afirmavam que os jovens estavam letárgicos e não se faziam ouvir.
Não faltavam razões para justificar esta letargia, nomeadamente o exagero de tempo que dedicavam às redes sociais, com o consequente afastamento do convívio presencial em que presença física foi desaparecendo e a consequente alteração dos modos de convívio, com o uso do próprio corpo como veículo de comunicação, ia sendo substituída pelos conhecidos emoticons e os seus significados estabelecidos até em dicionários eróticos interpretativos por vezes capazes de fazer corar os mais tímidos.(se o leitor quiser pode consultar aqui).
Desde que a sueca Greta Tintin Thunberg, saiu da idade da inocência, e em 2018, com apenas 15 anos, iniciou um ciclo de mobilização pela redução da pegada de carbono, e que outras associações se aproveitam destas correntes para potenciar acima de tudo movimentos nas redes sociais, com pouco ou nenhum benefício, e provavelmente até com malefícios para o chamado aquecimento global, assistimos a alguns movimentos, que longe dos movimentos ecológicos dos anos 70 do Séc. passado, se travestem de wokismo, colocando vegetarianismo, veganismos, luta pelo direito a uma livre escolha na orientação sexual, agricultura biológica, e outros quejandos a ocupar o espaço mediático, num verdadeiro espírito de cruzada medieval, contra o Carbono.
Este tipo de lutas tem nos últimos tempos em Portugal, estado a associado, entre a outros a dois grandes fatores, a luta contra a exploração de lítio e a defesa intransigente das chamadas energias limpas…
Ao mesmo tempo um grupo de estudantes grupo de estudantes do ensino secundário e superior, organizados em movimentos inorgânicos, passe-se o paradoxo, brindam-nos com movimentos como “Fim ao Fóssil -Ocupa”, apoiados numa verdadeira obsessão da emergência climática.
Defende-se a luta contra tudo e o seu contrário…
Não quero aqui debater se existe ou não emergência climática, embora esta questão esteja longe de ser uma verdade insofismável, e pelo menos a fundamentação científica das energias limpas, deixar muito a desejar, mas deixo esse tema para o Fernando Vieira que é especialista e que brinda os leitores do RMJornal com os seus artigos sobre Carvão e Energia.
O que espanta é que estes Apanhados do Clima, achem natural e sem custos para o ambiente, que ações como esvaziar pneus a veículos automóveis, sejam legítimas, e mais ainda, que forças políticas recusem a crítica as estas ações no mínimo de atentado à propriedade privada e de insubordinação.
Diz o movimento do Contra o Fóssil – Ocupa, que “O enquadramento político destas ocupações é a justiça climática. Queremos acabar com os fósseis para alcançar justiça climática e social globalmente. Queremos acabar com os fósseis através de um processo global socialmente justo.”
Ora deveriam estes letrados estudantes do ensino secundário e superior, que há três anos começaram a faltar as aulas, e agora “face à inação, ocupamos e perturbamos o funcionamento normal das nossas escolas para gritar alto e bom som que sem o fim aos fósseis não há futuro.” saber que o pedem não é uma utopia, isso seria até defensável, pois são muitas vezes as utopias a razão do progresso…
O que pedem é uma estupidez! Não há outra forma de o dizer!
Não, que não se possa achar que procurar soluções sem emissões de CO2 seja uma virtude, mas entre isso e acabar com o fóssil, é a mesma coisa que defender a eutanásia como método terapêutico!
Movimentos como o Maio de 68 e o Woodstock, muito fizeram pela transformação da ordem social instituída à altura, mas tenho sérias dúvidas, que seja com este tipo de discurso facilitista que um punhado de jovens submetidos a uma cultura urbana,
- que não recusam uma viagem de centenas ou milhares de quilómetros, para ouvirem o seu grupo de música favorita,
- que de frente para o seu telemóvel, última geração e com uma bateria de lítio, e um power bank com outra, para as falhas; usam e abusam de dados móveis, contribuindo para uma elevada parcela do aquecimento global provocado pelos servidores que os sustentam,
- que defendem o abacate, e outras frutas do género, trazidas por transporte aéreo e altamente consumidoras dos solos e de água,
- que não percebem que a soja é uma das promotoras da desertificação, embora adorada por vegetarianos e vegans,
- que não podem passar um dia sem um reconfortante e prolongado banho de chuveiro,
- e que os ditos eléctricos, se virão a mostrar altamente poluentes, tal como as turbinas elétricas o são, embora se escondam e os painéis solares terão no fim de vida problemas de reciclagem e armazenamento…
Ser ativistas do clima, diferente de Apanhados do Clima, não é esvaziar pneus, nem somente gritar palavras de ordem para os média, é ser capaz de deixar os hábitos confortáveis e viver de acordo com os ciclos da natureza,
- dormir de noite > trabalhar de dia,
- comer a fruta da época e da região,
- poupar água nas culturas e no consumo,
- aquecermo-nos com cobertores no inverno e arrefecermo-nos à sombra e próximos de curso de água no verão.
E tantos outros hábitos que já nem conhecemos..
– mas isso custa digo eu, que para muitos também sou um bocadinho apanhado do clima…boa semana