O Museu em S. João da Ribeira
Acabei de saber que vai nascer um novo jornal em Rio Maior.
Ainda bem que há gente de coragem para meter mãos a uma obra assim.
Numa altura em que a tecnologia comanda o mundo, sei que os seus fundadores pensaram nas duas formas de dar notícias : leitura e tecnologia.
A juventude hoje em dia, não faz ideia das alterações que a vida e trabalhos da mesma sofreu.
A área onde maior diferença se nota é no meio rural.
Tecnologia para cultivar pequenas parcelas de terra não é rentável.
Campos ao abandono, onde antigamente crescia todo o tipo de culturas, proliferam.
Os utensílios que à data se utilizavam, são vistos como lixo.
Faço estes comentários, porque há alguns anos, estando ligada ao Grupo de Danças e Cantares de S. João da Ribeira, comecei a fazer pesquisa de danças, músicas e roupas e comecei a ver tudo que está hoje no Museu em S. João da Ribeira, no lixo. (se quer saber mais informação sobre S. João da Ribeira veja aqui)
As melhorias de vida são óptimas, mas é um dever dar a conhecer aos mais novos como viviam os seus antepassados.
E assim nasceu o Museu! Tudo foi restaurado, algumas peças por elementos do Grupo e outras por técnicos especializados.
Foram meses de recolhas e muito, muito trabalho.
Foi curiosa a reação de pessoas que ofereceram peças, quando tomaram consciência que o Museu de S. João da Ribeira estava a nascer. O agrado era visível!
O Museu está à disposição dos Visitantes
Tenho feito visitas guiadas, algumas com alunos de antropologia, que saem de lá com vastos conhecimentos, segundo a sua opinião.
Umas das coisas que mais os encanta e chama a atenção é a candeia de azeite acesa, na cozinha.
Quase ficam incrédulos, quando lhes digo que com aquela luz se bordava, costurava e se fazia a restante lida da casa.
As despesas para manter aberto são muitas, e tal só possível com algum voluntário, mas, no entanto este é sempre aberto por marcação.
O espólio é vastíssimo. A falta de verbas não permite a alteração da exposição e para piorar a pandemia veio agravar ainda mais esta situação.
Preocupa-me o seu futuro, porque para uma boa continuação teria que ter sempre na retaguarda um museólogo. Aqui fica pois o meu apelo, para que o Museu não encerre as suas portas.
Maria Nazaré Varela
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