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O Nascimento da Obra de Arte ou o Processo Criativo

Nada vem sem trabalho, costuma dizer-se. No que às artes diz respeito, aplica-se na íntegra. A inspiração existe? Sim, “…encontra-se sobre a mesa de trabalho”, como dizia Pablo Picasso. 

Obviamente que não existe uma única forma para desenvolver o trabalho criativo, cada um tem o seu próprio método. O que para uns é muito bom, logo o processo a seguir, para outros é impossível de aplicar, por não se coadunar com a sua maneira de ser.

Há bons artistas que gostam de criar ao ar livre, gostam mesmo de exibir a sua forma de executar, pintando, esculpindo ou simplesmente desenhando em público, não se incomodando absolutamente nada, gostando mesmo de ter público assistindo. Outros, pelo contrário, qual bicho solitário, fecham-se no seu espaço, fazendo ali as suas experiências, criando ali a sua obra. Como se pode imaginar, enquanto os primeiros, por princípio, procuram representar o que está à vista, os segundos fazem-no preferencialmente a partir do seu interior, sai-lhes da cabeça, daí dizer-se “criar dói”. Sim, sofre-se para que alguns trabalhos nasçam, existam. 

Há trabalhos admiráveis tanto num como noutro caso, chegamos à mesma conclusão. Se no primeiro caso o espectador é mais ou menos impressionado pela beleza da obra, comparando a semelhança desta com o modelo, pois trata-se de arte representativa, no segundo sentir-se-á mais ou menos emocionado, angustiado, tocado pelo imaginativo que a obra poderá colocar-lhe. Neste caso é muito mais importante a emoção, a sugestão, a exaltação da cor do que a forma muitas vezes inexistente.

Seja de que maneira for, o importante é que o resultado seja agradável e que nos impressione, enquanto espectadores. 

Tenho para mim que uma obra de arte é criada pelo artista que a concebeu e pelo espectador que a conclui. É pois, muito mais exigente para o espectador, pois este tem que ser tocado, perturbado pela obra que contempla, por forma a que o seu olhar a conclua. Assim, a mesma obra terá várias leituras. Dado que o trabalho em causa não é representativo, o que para uns emociona e mostra uma coisa, para outros tem uma leitura completamente diferente e para outros ainda, não é nada pois só o óbvio lhes é acessível.

Tudo é concebido no seu atelier. O artista vai de experiência em experiência, sempre emotivamente, criando a ambiência, o jogo de cores, texturas, luzes e sombras que a sua mente vai produzindo.

Luís Fernandes
Originário do concelho de Castelo Branco, viveu a maior parte da sua vida em Lisboa, tendo vindo para Rio Maior em 2007. Frequentou os Cursos de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes nos anos 80. Expõe regularmente desde 1985. Desde 2004 ministra aulas de Pintura a Óleo. Em 1989 obteve o primeiro prémio na IV Exposição “À Descoberta do Palácio”, Palácio Nacional de Sintra; em 2015 obteve o segundo prémio na Exposição de Pequeno Formato, da AAAGP Figueira da Foz. Está representado em diversas coleções de Instituições Públicas e privadas. Tem uma escultura “O Pastor” numa rotunda em Castelo Branco.

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