Luís Filipe Santana Dias – Análise dos Resultados Eleitorais
RMJornal: Da análise dos Resultados eleitorais, pedia-lhe que fizesse uma análise primeiro em termos concelhios e depois ao nível do distrito e da região nomeadamente da CIMLT.
Luís Filipe Santana Dias: Muito bem, relativamente ao resultado eleitoral, nós tivemos uma clara demonstração dos riomaiorenses das equipas que prefeririam ver nos destinos da sua Câmara municipal. Foi claramente demonstrado o interesse e a vontade dos riomaiorenses com uma vitória, como disse expressiva que pese embora, e fazendo também essa ressalva que me parece interessante e inteligente, ser a primeira vez que eu ia a votos enquanto cabeça de lista na Câmara Municipal, estando obviamente no fim de ciclo ainda da Isaura Morais, que termina a meio do mandato passado e portanto havia aqui algumas variáveis que nos obrigavam a pensar com os pés bem assentes no chão.
Sou sincero ao dizer que nunca acreditei que a Vitória estivesse em causa, sentia isso na rua, no trabalho que vamos fazendo, no contacto com a população; as pessoas davam-nos essa ideia, os riomaiorenses estavam agradecidos, se calhar não é o termo, mas reconheciam o esforço que tinha sido feito por todos e, portanto, não sentia, digo isto com honestidade, que a vitória estivesse em casa, não obstante os receios aconteciam por essa razão que referiu, a primeira vez que concorria à Câmara e tudo mais.
Sou de opinião que esse reconhecimento conseguiu transformar uma onda de apoio a esta equipa, sem desvalorizar nenhuma outra, conseguiu reconhecer que esta equipa seria a mais hábil para poder liderar os destinos do concelho.
Com uma vitória desta magnitude importa também dizer que me sinto duplamente responsabilizado porque a confiança é muita, foi um peso muito grande. Os riomaiorenses abriram o peito para que nós pudéssemos trabalhar com eles estes 4 anos, portanto sinto-me duplamente responsabilizado para os quatro anos que aí vêm.
Quanto à análise no que toca às juntas de freguesia; A coligação perde duas juntas que eram suas; a freguesia de Fráguas e a União de freguesia de Arruda dos Pisões/Outeiro da cortiçada. Com situações diria que diferentes, com o natural desgaste, e não posso dizer isto sem fazer um agradecimento aos mesmos, mas com o natural desgaste, dos eleitos dessas freguesias
No Outeiro e Arruda o nosso Raúl, a quem agradeço o facto de se ter disponibilizado mais uma vez, tinha 12 anos de freguesia da Arruda houve aqui de alguma forma um desgaste da política, um desgaste do seu trabalho diário, o que levou a que as pessoas quisessem mudança; prova também os resultados não airosos da Câmara Municipal, nessas freguesias em particular, também nos fazem querer aquilo que há pouco em off conversávamos, que é a importância das juntas de freguesia para capitalizar para a câmara e vice-versa.
Quanto à freguesia de Fráguas, tivemos um candidato que já foi presidente de Junta muito tempo, e que as pessoas não viram como melhor solução o seu regresso à Junta de Freguesia, apostaram ao invés disso num jovem, estou, obviamente, pela população e pelo território de Fráguas, esperançoso que as coisas corram da melhor maneira ao presidente eleito e nós em todas as Juntas de Freguesia estaremos para trabalhar.
Neste momento em dez freguesias, a Coligação tem seis, uma independente e três do Partido Socialista; importa dizer também, que temos duas freguesias que estão eleitas sem maioria, a Freguesia de Arrouquelas com uma vitória do Partido Socialista e a Freguesia da Marmeleira com uma vitória da Coligação, e portanto é natural que que os partidos tenham ainda que conversar para se entenderem, para gerar paz, e para poder ser governável a freguesia.
RMJornal: A nível distrital, gostou da vitória no Cartaxo?
Luís Filipe Santana Dias: Gostei, e não gostei da perda da maioria em Santarém.
Sentimentos ambivalentes sendo obviamente social democrata e não se esconde a ninguém.
São duas situações não completamente opostas, mas que realmente, devo dize, que tiveram o condão de nos alegrar muito, uma, e outra, obviamente de nos preocupar. Nos preocupar porque no caso particular de Santarém temos quatro eleitos pelo PSD, quatro eleitos pelo PS e um eleito pelo CHEGA. E, portanto, partidos tão diferentes, provavelmente, terão que encontrar pontos de entendimento para poderem conversar e tornar a Câmara Governável, e eu espero de coração que os eleitos em Santarém se consigam realmente unir pelos interesses dos escalabitanos e daquele território.
Quanto à Vitória no Cartaxo sabemos todos que é uma Câmara de muito difícil gestão; passou vários anos, e ainda passa por graves dificuldades financeiras; creio que o Pedro Ribeiro o anterior Presidente, aliás, ainda Presidente eleito do Partido Socialista, é penalizado por isso mesmo, ou seja, acredito que o Pedro não conseguiu fazer no Cartaxo, também fruto da condição actual da Câmara, e houve um desgaste muito grande nos cartaxenses que não conseguiram suportar mais a paragem no tempo daquele concelho.
Ganhamos uma Câmara que eu não esperava ganhar, A Golegã, ganhamos Alcanena com o apoio a uma lista de independentes. Portanto há uma séride resultados, eu diria que para a força política que represento foram umas eleições vantajosas.
Grosso modo, a nível do distrito e em particular a nível da Comunidade intermunicipal, temos conseguido ao longo dos anos distanciarmo-nos dos partidos dentro daquilo que é humamente possível e feito uma gestão, quase, não diria de unanimismos mas pelo menos a tentar procurar os entendimentos e sei que assim vai continuar independentemente dos eleitos que estejam na Comunidade Intermunicipal creio assim vamos conseguir manter este tipo de gestão.
RMJornal: Mas acha que vai haver dificuldades na Presidência da CIMLT para o Partido Socialista?
Luís Filipe Santana Dias: Não sou dessa opinião, não vai mudar porque o Partido Socialista continua maioritário, ao nível, dizias-me da paz política não estou em crer que haja esse problema, por duas razões:
Em Primeiro lugar, porque o Partido Socialista continua a ser maioritário na comunidade e portanto faz sentido que a maior representatividade seja a de quem está mais representado e desculpa a redundância. Em segundo lugar, porque eu creio, que o Pedro Ribeiro tem conseguido, o Pedro Ribeiro de Almeirim, tem conseguido distanciar-se, lá está, a partidarite, e desculpem-me o termo daquilo que é esta onda de estar dentro dos partidos, quando tem de estar nos partidos, e conseguido afastar com os objectivos e transversais, e isso é reconhecido por todos os colegas não estou em crer que haja dificuldade em harmonizar isso.