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Frimor

FRIMOR – Feira Nacional da Cebola

FRIMOR – Feira Nacional da Cebola.
A FRIMOR, popularmente conhecida por feira da cebola, constitui-se como um dos eventos de maior antiguidade levados a cabo no concelho de Rio Maior. A sua a origem remonta à segunda metade do século XVIII quando foi estabelecida como uma feira franca por iniciativa de D. José.
A Frimor feira centenária foi outrora um importante pilar lúdico, económico e cultural da comunidade rio-maiorense.
Contudo com o desenvolvimento tecnológico e a urbanização crescente, as preferências do público em relação ao entretenimento e ao consumo mudaram, e a Frimor à imagem de muitas outras feiras em Portugal passou a enfrentar o desafio da sustentabilidade e da atração de visitantes.
A quebra de vitalidade de uma feira agrícola centenária não deve, contudo, ser vista como um fim, mas antes como ponto de partida para a transformação.
A Frimor tem potencial para se transformar numa marca nacional genuinamente única, distinta e a sua capitalização pode conduzir a criação de uma dinâmica turística impulsionadora da economia local.
As marcas históricas, podem efetivamente tornar-se relevantes quando administradas com maestria.
Por meio de esforços conjuntos entre líderes políticos, empresários e entusiastas culturais é possível resgatar a vitalidade da Frimor, transformando-a num ponto de encontro vibrante que celebre a tradição e simultaneamente promova a inovação, constituindo-se como um vínculo entre o passado e o presente.
A revitalização da Frimor exige um esforço abrangente com estratégias conducentes à restauração da atratividade da feira. Tais estratégias podem passar por identificar grupos específicos como jovens agricultores, empreendedores agrícolas, estudantes de agronomia, adaptando as mensagens e a programação para atender às suas necessidades e interesses específicos; estabelecer parcerias de colaboração com associações agrícolas, universidades e centros de pesquisa para promover e agregar conhecimento técnico; pela organização de sessões práticas de técnicas agrícolas e pecuárias, permitindo que os participantes aprendam com especialistas; pela introdução de competições de criação de gado, exibição de animais; pela combinação de meios de comunicação tradicionais com digitais de modo a ampliar o alcance da difusão do evento; pelo estabelecimento de parcerias com hotéis, restaurantes e lojas locais, oferecendo pacotes promocionais aos visitantes; pela criação de uma área dedicada a start-ups agrícolas, empresas de novas tecnologias e projetos sustentáveis, incentivando a inovação e o interesse dos investidores; pela introdução de apresentações culturais, espetáculos ao vivo, oficinas de artesanato, demonstrações artísticas, e workshops de culinária nos quais os chefs locais e especialistas compartilhem receitas que destaquem a versatilidade da cebola na cozinha; pela adoção de um tema anual que aborde tópicos atuais no setor agrícola, como a agricultura urbana, e a sustentabilidade agrícola.
Não perder nunca de vista que a Cebola é a rainha da feira. Assim poderá anualmente ser criado um tema que coloque a cebola em destaque, posicionando-a como figura central. Poderão ser desenvolvidas áreas de exposição que recriem diferentes estágios de cultivo da cebola, desde o plantio à colheita, permitindo que os visitantes acompanhem o processo. Poderão ser oferecidos workshops práticos de cultivo da cebola. Poderá ser criada uma exposição interativa que narre a história da feira, desde as suas origens até ao presente. Poderão ser exibidas cebolas de diferentes variedades, destacando as suas propriedades únicas.

O espaço exterior é uma parte essencial de uma feira moderna, pois proporciona uma área para os feirantes exibirem os seus produtos, interagirem com os visitantes e criarem uma atmosfera animada e envolvente. Acomodar feirantes requer para além de um planeamento cuidado, um espaço generoso.
As feiras nacionais frequentemente contam também com a participação de expositores do setor agrícola, os quais exibem equipamentos, máquinas, produtos agrícolas e tecnologias relacionadas. Um espaço amplo permitirá que esses expositores montem estruturas adequadas para exibir os seus produtos de maneira eficaz, garantindo que os visitantes os possam explorar.
A disponibilidade de espaço suficiente não se aplica apenas às áreas acima descritas, mas também ao estacionamento e à acessibilidade. Para uma feira nacional atrair um grande número de visitantes é essencial fornecer estacionamento adequado para acomodar os veículos dos visitantes.
A promoção da Frimor pode também passar pelo uso de um pavilhão espaçoso e modular, com estruturas flexíveis que possam ser adaptadas às necessidades dos diferentes expositores.
Estas e outras ideias poderão ser desenvolvidas e coordenadas com o recurso a uma equipa multidisciplinar composta por especialistas em eventos, marketing e tecnologias, fazendo uso de práticas economicamente sustentáveis.
Com a implementação destas propostas a feira terá o potencial de se redinamizar, atraindo um publico mais amplo e recuperando o seu status como um evento de destaque nacional.


João Oliveira
João Pereira de Oliveira Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Docente de História do ensino básico e secundário.

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