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Escola superior de desporto rio maior

Entrevista a Nuno Pimenta, o novo diretor da ESDRM

RM Jornal: Foi eleito com larga maioria por uma AE, que vai terminar o seu mandato. Sendo uma candidatura única, que vantagens e desvantagens poderá ter para ESDRM o facto de não ter havido um confronto de ideias como aconteceu por exemplo na anterior direcção em que era candidato a Subdirector?

Nuno Pimenta (NP): Refere vários temas importantes na sua questão. Em primeiro refere que a eleição foi feita por uma Assembleia de Escola (AE) em fim de mandato. É esse o modelo que está neste momento a funcionar na Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM) e que funcionou no mandato anterior, do diretor e da AE: a AE elege o diretor no fim do seu mandato e imediatamente inicia o processo eleitoral para eleger a AE seguinte que vai, no âmbito das suas competências, monitorizar e avaliar a atividade do diretor em funções. Este modelo garante que a ação de acompanhamento da atividade do diretor pela AE é feita de forma independente e sem o ónus de ter sido essa AE a eleger o diretor. Relativamente ao facto de a minha candidatura ter sido a única submetida a sufrágio neste processo eleitoral: concordo que a existência de vários candidatos tende a valorizar a discussão, o confronto de ideias e favorece a elevação e clarificação das mesmas, e a exigência e superação por parte dos candidatos. A possibilidade de confronto de ideias e a existência de alternativas é um princípio inalienável dos processos eleitorais em democracia. Contudo, no momento atual da ESDRM, constatei, com satisfação, que a minha candidatura mereceu um relativo consenso dentro da comunidade académica da nossa Escola e, talvez por isso, não gerou a reatividade ou diferença de opinião necessárias para alimentar candidaturas alternativas. Uma das principais motivações para eu ter avançado com a minha candidatura para diretor da ESDRM foi a convicção de que a equipa da ESDRM, as pessoas que nela trabalham, constitui a sua maior vantagem competitiva.

As equipas são transformadoras das organizações e são determinantes para o seu sucesso e na ESDRM não é diferente. É a equipa da ESDRM e o seu trabalho que fazem com que a Escola funcione, crie valor e seja reconhecida e procurada. Esta certeza foi determinante na motivação para a minha candidatura. É em equipa que pretendo trabalhar e superar todos os desafios da ESDRM na construção contínua, inovação e afirmação do seu projeto educativo, científico e cultural. Quando apresentei a minha candidatura senti uma resposta fantástica por parte dos colegas e senti que tinha a equipa comigo. Creio que esse foi um passo tão importante como a eleição em si, a coesão da equipa em torno de um projeto antes mesmo de este ser submetido a sufrágio. Esta coesão é determinante para que possam ser alcançados elevados níveis de sucesso nas organizações.

Em jeito de balanço final, creio que este processo eleitoral decorreu bem e a ESDRM saiu a ganhar.

RM Jornal: Como decorreu a passagem da direcção, como foram as reuniões, tem neste momento a informação necessária para iniciar as funções?

NP: A passagem da direção anterior para a atual direção correu muito bem. Facto que fiz questão de enaltecer no meu discurso de tomada de posse, quando fiz o respetivo agradecimento ao trabalho da direção anterior.

A eleição do diretor decorreu no dia 16 de Novembro sendo que, a Direção em funções na altura, solicitou que houvesse tempo para que fosse realizada com serenidade a passagem da pasta, particularmente num momento em que a ESDRM estava a organizar a celebração do seu 25º aniversário (5 de Dezembro). No período de um mês, que se seguiu à celebração do 25º aniversário da ESDRM, foram realizadas várias reuniões em que o diretor e subdiretor anteriores inteiraram a atual direção de todos os assuntos pendentes que transitaram e que a nova direção teria de dar resposta. Também é uma ajuda determinante o facto de termos na equipa da atual direção a Dr.ª Marina Lemos, que exerce há 18 anos as funções de secretária da ESDRM, e esteve na direção anterior. A Dr.ª Marina Lemos dará um contributo decisivo para a ligação e a continuidade dos processos e procedimentos, sem hiatos. 

RM Jornal: O actual Presidente do IPS, foi seu colega de curso em Coimbra, no entanto é sabido que as relações entre a anterior direcção e presidência do IPS, teve vários momentos de tensão, como pensa que vão ser as relações daqui para a frente?

NP: Os momentos de felicidade, tristeza, tensão, harmonia, fazem todos parte das relações humanas. Significam que existe relação. Não conheço em detalhe a relação do anterior diretor da ESDRM, Prof. Doutor Luís Cid, com o atual presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPSantarem), Prof. Doutor João Moutão. O que é factual e relevante é que o Prof. Doutor Luís Cid foi o subdiretor escolhido pelo Prof. João Moutão quando o último foi eleito diretor da ESDRM, no mandato 2015-2018 e juntos constituíram a equipa da direção da ESDRM na altura. No mandato subsequente o, Prof. Doutor Luís Cid foi eleito Diretor da ESDRM, foi apoiante da candidatura do Prof. Doutor João Moutão para presidente da ESDRM e foi apoiante da candidatura do Prof. Doutor João Moutão para presidente do IPSantarem, tendo trabalhado em articulação com o mesmo, no exercício das suas funções.

As organizações devem trabalhar em conjunto com vista ao superior interesse e sucesso institucional. Esse deve ser o foco dos seus dirigentes. Deve ser implementada uma busca contínua das melhores soluções e potenciar os fatores de sucesso das equipas e das instituições. A ESDRM irá evidentemente articular-se sinergicamente com o IPSantarém, que é a instituição de que faz parte e na qual tem um papel importante. A ESDRM e o IPSantarém têm a responsabilidade de trabalhar em conjunto e, em equipa, articularem sempre as melhores soluções para a instituição e para as respetivas unidades orgânicas.  Conheço o presidente do IPSantarém há mais de 30 anos e sei que é um colega com qualidades fantásticas, com quem será bom trabalhar.

RM Jornal: Tem falado das dificuldades que já existem no que diz respeito à escassez de instalações na ESDRM. Como julga que será possível fazer face a essas dificuldades?

NP: A ESDRM é hoje uma referência incontornável no ecossistema do desporto e da atividade física, com uma formação diferenciada e de sucesso. Ao longo dos seus 25 anos de existência a ESDRM, tem assegurado um crescimento consistente, nomeadamente no número de alunos, resultante de uma elevada procura que, em alguns casos, é seis vezes superior à oferta.  Este sucesso tem proporcionado à ESDRM um número de alunos invariavelmente acima dos 1000, nos últimos anos. Quando considerado o ímpeto inovador e a massa crítica da ESDRM, é fácil perceber que existe ainda muito espaço de crescimento e diferenciação da oferta formativa da ESDRM. Ao mesmo tempo, como sugeriu já o anterior diretor, o sucesso da ESDRM pode também ser uma ameaça, na medida em que coloca pressão sobre os seus recursos. O elevado número de alunos pode condicionar a curto e médio prazo o projeto educativo, nomeadamente o seu modelo de formação e a sua qualidade. Face ao número de alunos e de turmas atuais, na ESDRM, a anterior direção, com a parceria da Câmara Municipal de Rio Maior e o Centro de Negócios de Rio Maior, determinou o regresso à utilização regular de algumas salas e do auditório do Centro de Negócios de Rio Maior, para atividades letivas da ESDRM. Esta sinergia entre instituições de referência, que são forças vivas da cidade, é saudável. Também é verdade que a ESDRM utiliza uma diversidade de espaços desportivos da cidade assim como um conjunto de outros espaços de natureza noutros concelhos, o que também é saudável e desejável. Ao mesmo tempo, é importante que a ESDRM tenha capacidade de acolher os alunos e as atividades letivas no seu campus. Para dar resposta a este desafio teremos que ser criativos, inovadores e direcionar a nossa energia para as melhores soluções. No meu entendimento há ainda capacidade nos recursos físicos da ESDRM, especificamente nas suas instalações, para aumentar o número de espaços disponíveis para atividades letivas, sem que seja necessário investimento na construção de novos edifícios, apesar de, em alguns casos, poder ser necessário algumas intervenções de reconversão de espaços existentes. Também podemos explorar (aumentar e otimizar) a mancha horária para a alocação dos tempos letivos. Há aqui, sem dúvida, um desafio para o qual trabalharemos para encontrar sempre as melhores soluções para dar resposta às necessidades e valorizar o projeto educativo, científico e cultural da ESDRM.

RM Jornal: Ainda em relação à questão anterior, a residência, será uma realidade. Quando prevê que vai estar em funcionamento? A residência aumentará significativamente as despesas de exploração, embora estas possam ser da responsabilidade do orçamento da acção social, quais são as implicações para a ESDRM, como vai ser abordada esta situação?

NP: Relativamente à residência de estudantes, importa reconhecer que, atualmente, não existe qualquer oferta de residência de estudantes pública em Rio Maior para quem quer estudar na ESDRM e em Rio Maior. Esta realidade faz com que a cidade de Rio Maior tenha a menor oferta de residência de estudantes por aluno no nosso país, colocando a ESDRM e Rio Maior em desvantagem face a outras unidades orgânicas e cidades com ensino superior na área das ciências do desporto, e penaliza os estudantes que estudam ou pretendem estudar na ESDRM e em Rio Maior. Todos os anos, muitos estudantes veem destruído o seu sonho de poder realizar a sua formação em Desporto na ESDRM e em Rio Maior, e poderem tornar-se profissionais especializados no setor do Desporto, por falta de condições financeiras, sendo a despesa de alojamento a que mais pesa sobre as famílias. Face a esta realidade, foi com enorme regozijo que recebemos a notícia de que haviam sido garantidos, por via do orçamento de estado, 1.5ME para a conclusão da residência de Estudantes no campus da ESDRM. Em meu nome pessoal e em representação da ESDRM, gostaria de deixar o meu profundo agradecimento público a todos os intervenientes neste processo que considero meritório, um verdadeiro investimento de qualidade dos dinheiros públicos e um importante legado de todos os envolvidos.

Em resposta direta à questão que coloca, não é possível neste momento perspetivar a data de entrada em funcionamento da residência de estudantes da ESDRM. Neste momento está em curso a primeira fase de construção, que permitirá erguer o edifício. Face à aprovação da verba de 1.5ME por via do orçamento de estado, para a conclusão da residência de estudantes ESDRM, assim que esta verba estiver disponível no IPSantarém, deverá ser lançado o concurso público para a segunda fase da obra, que permitirá a sua conclusão. Todo este processo é da responsabilidade do IPSantarém. A ESDRM e o seu diretor são proativos e colaboram em tudo o que podem e lhes é solicitado. E aqui coloca-se a sua segunda questão relativa ao previsível aumento significativo das despesas que possam resultar desta nova infraestrutura a funcionar no campus da ESDRM. A ESDRM não tem orçamento próprio nem autonomia financeira pelo que estamos em constante contacto e articulação com o IPSantarém para darmos a melhor resposta neste domínio.

Importa reconhecer que a conclusão da residência de estudantes da ESDRM será mais um marco histórico da vida da ESDRM. Trata-se de uma importante resposta a uma necessidade social e, sobretudo, um importante contributo público para as famílias dos estudantes que pretendam realizar a sua formação em desporto na ESDRM e em Rio Maior. Ao mesmo tempo é um voto cabal de confiança na ESDRM e no IPSantarém, relativamente ao seu projeto educativo, científico e cultural. Este investimento é sem dúvida, um contributo muito relevante para a afirmação e consolidação da ESDRM e do seu projeto, e um importante contributo para o setor do desporto em Portugal.

Quais são as principais mudanças iniciais que a comunidade esdrm deve esperar, em relação ao funcionamento dos gabinetes, por exemplo, e com a comunidade?

NP: A visão com que avancei para esta candidatura foi a de “contruirmos juntos a Escola de Desporto do século XXI”. Esta visão tem várias mensagens implícitas. Por um lado o reconhecimento de que uma escola do ensino superior deve ser uma “construção“ constante que exige trabalho dinâmico e contínuo para criar e inovar;  por outro lado o reconhecimento de que devemos realizar este trabalho “juntos”, em equipa, para alcançar patamares cada vez mais elevados de sucesso. Como costumo referir “um bom líder deve ser um facilitador do sucesso da equipa; o sucesso da equipa determina o sucesso da instituição; e o sucesso da instituição é o sucesso de todos”. A referência “a Escola de Desporto” (assim mesmo, com o artigo definido) vem no sentido de querermos continuar a afirmar a ESDRM como uma referência incontornável no ecossistema do Desporto e da Atividade Física. Por último, a referência ao “sec. XXI” na medida em que queremos ser uma escola moderna, inovadora, colaborativa, eficiente, que tira partido das melhores práticas e recursos atuais para se projetar no futuro. Dito isto, as mudanças que forem implementadas no funcionamento da ESDRM, nos seus gabinetes e organização interna e na sua relação com a comunidade, estarão alinhadas esta visão.

Comprometemo-nos desde o primeiro momento em ouvir os colegas, docentes e não docentes, para identificar necessidades, barreiras e oportunidades sentidas por cada um, e utilizar essa informação para otimizar os serviços e o funcionamento interno de modo a valorizar o projeto educativo, científico e cultural da ESDRM e a projetar a ESDRM para o exterior e para o futuro. Depois de um período mais difícil relacionado com a pandemia de SARS-COV-2, responsável pela doença COVID-19, em que a escola esteve mais voltada para si própria, focada na sua organização interna, pretendemos que a ESDRM esteja agora mais voltada para o exterior, focada em continuar o processo de inovação e consolidação o seu projeto educativo em ligação com a comunidade, com os parceiros e com todo o ecossistema do desporto e da atividade física.

Como referi o projeto e a oferta educativa da ESDRM são atualmente um exemplo de sucesso. Mas é necessário dar continuidade ao processo de atualização e inovação para assegurar a continuidade deste caminho de sucesso. Sem querer ser exaustivo e elencar todos os eixos e objetivos estratégicos e respetivos planos de ação, determinantes para a vida e o sucesso da ESDRM, posso mencionar uma das marcas que gostaria de deixar no meu mandato como diretor diz respeito à dinâmica da ESDRM na sua participação em projetos de investigação e de desenvolvimento. Esta é uma oportunidade incontornável para melhorar o desempenho da ESDRM em vários eixos estratégicos e também de assegurar as receitas próprias para o efeito. Os projetos de investigação e desenvolvimento permitem alavancar a produção de conhecimento, o envolvimento de estudantes em atividades de investigação, a ligação à comunidade, o estabelecimento de redes e o trabalho com os respetivos parceiros nacionais e internacionais, a internacionalização dos docentes, do staff e dos estudantes e permite aumentar as receitas próprias por via dos concursos e linhas de financiamento existentes para o efeito a nível nacional e internacional. Para isso é necessário apoiar os docentes e investigadores na preparação de projetos e candidaturas a financiamento. Para isso temos que reunir mais recursos e especialização no apoio aos projetos na ESDRM.

RM Jornal: O Estatuto da carreira docente é exigente, no que diz respeito à produção científica e desempenho pedagógico, como pensa que será possível conciliar estes critérios com a exigência das tarefas administrativas e de representação?

NP: No que respeita à atividade dos docentes, estes devem ser capazes de conciliar a sua atividade docente com a sua intervenção nos âmbitos da investigação e das atividades e tarefas e gestão na ESDRM. Este tem sido desde sempre um desafio que eu próprio tenho sentido ao longo dos 22 anos que tenho de trabalho ao serviço da ESDRM enquanto docente. Como referi antes “um bom líder deve ser um facilitador do sucesso da equipa”. Enquanto diretor espero poder dar a melhor resposta a este desafio e potenciar o ambiente e os meios que permitam facilitar e potenciar o sucesso dos docentes nos vários domínios.

A nível pessoal, a minha prioridade será sempre alimentar a visão que foi sufragada, ou seja, “construirmos juntos a Escola de Desporto do século XXI”. Com isto quero dizer que a minha responsabilidade relativamente à gestão da ESDRM será sempre a minha prioridade. Para isso, os estatutos da ESDRM determinam que o Diretor fica dispensado de serviço docente. Ao mesmo tempo, na consecução da visão sufragada, na medida do possível, darei resposta aos compromissos que tenho assumidos com equipas e entidades externas, em atividades de produção científica com a produção de conhecimento. Neste momento integro a direção da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade e sou investigador em Centro de Investigação em cujo âmbito recebemos recentemente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia um financiamento para um projeto de investigação no qual sou co-investigador principal. Estes compromissos e atividades, meus e de todos os colegas, contribuem para projetar o nome e identidade da ESDRM e a posicionar a nossa escola como uma referência incontornável no ecossistema do desporto e da atividade física.

RM Jornal: É membro eleito do Conselho Técnico Científico da ESDRM, por outro lado o Director tem direito a participar, mas sem direito a voto, como vai ser consigo?

NP: Desde o primeiro momento que deixei claro que, dentro da ESDRM, pretendo exercer o meu papel de diretor em exclusividade, abdicando do meu papel em outros âmbitos. Exemplo disso foi a minha recente renúncia ao cargo de coordenador do curso de licenciatura em Atividade Física e Estilos de Vida Saudáveis, cujo cargo foi recentemente assumido pela Prof. Doutora Susana Alves, a quem desejo o maior sucesso. Também comuniquei a minha ausência de outros fóruns em que estou envolvido dentro da ESDRM, para exercer o meu mandato de diretor. No caso do Conselho Técnico-Científico não será exceção. Terei assento no Concelho Técnico-Científico, sem direito a voto, na qualidade de Diretor, mas suspenderei o meu mandato de membro eleito do mesmo conselho como representante dos meus colegas professores adjuntos, qualidade com que integrava este conselho.

RM Jornal: Numa frase diga-nos o que espera do seu mandato?

NP: Numa frase, espero que consigamos construir juntos a Escola de Desporto do sec. XXI. De forma mais detalhada, espero contribuir para que a escola seja bem sucedida em todos os seis eixos estratégicos e os respetivos objetivos estratégicos que definimos no nosso plano de ação e que a equipa seja feliz a alcançar esse sucesso.

Editor Web
António Moreira Prof. Adjunto no Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Desporto de Rio Maior Doutorado em Ciências do Desporto - UTAD Presidente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Medicina Chinesa Especialista em Medicina Tradicional Chinesa pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - ICBAS da Universidade do Porto É Director do RMJORNAL.com
https://rmjornal.com

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