Decorrerão no próximo sábado dia 8, as eleições para a comissão concelhia do Partido Socialista em Rio Maior.
Em Rio Maior e no distrito, tal como no resto do país, as eleições elegerão para os próximos 2 anos, para além dos órgãos das comissões concelhias, os representantes concelhios e distritais das Mulheres Socialistas, e para a Presidência da Federação do Distrito de Santarém.
Surpreendendo de certa forma os dirigentes locais, as eleições para a concelhia socialista em Rio Maior, contam com o concurso de duas listas a sufrágio.
A Lista A é encabeçada por Miguel Paulo, actual presidente da concelhia e vereador eleito, e a Lista B, encabeçada por Augusto Pedro Pereira, único militante que ganhou nas últimas eleições autárquicas , ao vencer para a Junta de União de Freguesias Outeiro e Arruda dos Pisões.
Para as Mulheres Socialistas só há uma lista única, encabeçada por Ana Carla Ferreira, que para surpresa de alguns militantes integra a Lista encimada por Miguel Paulo. Tal como para os órgãos distritais.
As eleições terão lugar, no próximo dia 8, pelas 15h, mas o local onde se realizam é desde já um dos pontos de discórdia, pois a Mesa eleitoral, constituída por membros da actual direcção e actualmente integrantes da lista A, decidiu que a mesa de voto funcionasse, na casa do mandatário da Lista A, João Castro, o que independentemente de questões éticas envolvidas, parece não respeitar o estabelecido no regulamento eleitoral, que dispõe que os locais da mesa de voto, quando não existe sede devem ser em local público.
O RMJORNAL solicitou às diferentes candidaturas a sua posição sobre este assunto e obteve respostas contraditórias:
Miguel Paulo, mostrando-se surpreendido pelo pedido de RMJornal, começou por afirmar:
“desconheço em absoluto do que se trata, porquanto, nada me foi dado a conhecer, nem nada me foi notificado, “…
Considerando falsa a afirmação do RMjornal sobre as eleições se realizarem na casa do mandatário João Castro, salienta: ” não vejo motivo para este email, e muito menos da necessidade de fazer notícia.” disse MP em resposta ao pedido do RMJornal.
Miguel Paulo, que parece ter ficado muito agastado com uma simples questão, termina a sua resposta com uma frase da qual deixamos aos nossos leitores o seu juízo: “Naturalmente, reservo-me o direito, se assim se tornar necessário, para em nome do Partido que represento e o qual tenho o dever de defender, agir em conformidade face a eventuais conteúdos e notícias divulgadas que não correspondam á verdade, deturpem ou descontextualizem os factos.” (Sublinhado nosso)
Por seu lado, Augusto Pedro Pereira, cabeça da Lista B, em resposta ao mesmo pedido, afirma:
“Em relação a este assunto e como cabeça de lista B, cumpre-me informar que esta situação colide diretamente com o artigo 4, nº4 do regulamento eleitoral do PS, tendo nós levantado esta questão junto da Presidente da mesa deste ato eleitoral, não tendo obtido resposta que respeite a independência exigida perante as duas candidaturas. O local não é público e muito menos imparcial porque se trata da residência do mandatário da Lista A, completamente inaceitável em termos de ética e de democracia livre e independente. Quando existem tantos locais públicos com possibilidade de realização deste ato como escolas, biblioteca municipal e outros como exemplos, parece-nos que a intenção de escolher este local para a votação não foi inocente e poderia ter sido corrigida, a Distrital do partido vai ter uma palavra necessária para corrigir esta situação.”
Se dúvidas houvesse sobre a matéria da reclamação apresentada pela Lista B, e a pertinência de dar notícia, basta avaliar e contrapor as declarações das partes para perceber que existe uma antagónica posição, e que apesar de uma resposta a essa mesma questão, a Mesa Eleitoral sobre o facto de o local infringir o regulamento eleitoral afirmou:
“Em resposta a sua questão, cumpre-me informar o seguinte:
- 1. Não é a primeira vez que tal acontece, tendo o último ato eleitoral aí decorrido, com a participação de duas listas e delegados presentes, onde houve amplo consenso quanto a todas as questões;
- 2.O local é de livre acesso, na cidade de Rio Maior, já conhecido dos militantes, e garante a possibilidade de todos os militantes exercerem o seu direito de voto, pessoal e secreto.
- 3. Para mais, a mesa, a urna e o local de voto são instalados na rua, frente á morada anunciada na convocatória, não implicando a entrada do Militante Eleitor na fração indicada,
- 4. a Rua dos Carvalhais, frente ao n.18, que serve de referência, é um espaço público.”
Já o presidente da Federação Distrital, teve uma posição diferente e enviou a reclamação, como o previsto nos regulamentos, para a comissão distrital de jurisdição que a irá apreciar.
De facto se as eleições anteriores a esta se realizaram neste local, os militantes além de poderem votar por via electrónica, não envolviam eleições locais, mas para o congresso nacional e para o secretário nacional, soube o RMJORNAL junto de militantes que integram a lista opositora ao actual Presidente da Comissão Política Concelhia.
O RMJornal seguirá este assunto e manterá informados os riomaiorenses, como é seu dever com total isenção e permanente afastamento de convicções pessoais, ou enviesamentos decorrentes das convicções legítimas do director do RMJORNAL, sobejamente conhecidas e nunca ocultadas de todos.