O “Blues” é uma Canção do Folclore dos negros americanos, de ritmo lento e carácter nostálgico e sombrio, que, transformada em dança, foi introduzida no “Jazz”. Caracteriza-se por ter uma fórmula harmónica constante e um ritmo de quatro tempos.

Exerceu influência em compositores eruditos contemporâneos famosos como, Ravel e Honegger. O “Blues”  é um género de música típico do folclore dos negros americanos herdado da cultura dos seus antepassados africanos que, na origem africana, cantavam acompanhados da percussão dos seus bongós e congas e ainda das melodias das harmónicas.

• Folclore – Termo introduzido na Língua Portuguesa, com origem na palavra anglófona Folklore que, por sua vez, resulta da associação de duas palavras anglófonas: folk, que significa – povo e lore, que significa, ciência.
• Folclore – Ciência das tradições, artes populares, (artesanato), dos costumes, poemas, canções, lendas e contos de um país. Capítulo da Etnografia que estuda as tradições populares, tais como, superstições, lendas, canções, adágios, jogos, festas, medicina, vestuário, calçado, termos linguísticos, gastronomia, etc.
• “Blues” – Significa melancolia, tristeza profunda, angústia, estado depressivo.

A música “Blues” teve a sua génese nas plantações de algodão e milho do Sul dos Estados Unidos da América, sobretudo nos estados do Mississipi e Louisiana, bem na área do Delta do rio Mississipi,  nos primórdios do século XIX, a partir das canções melancólicas dos escravos negros que exprimiam as lamentações da sua vida infeliz, sombria, árdua, sem liberdade, dos seus desgostos amorosos, das suas frustrações, durante os intermináveis dias de trabalho, de sol a sol, nos campos de algodão ou nas plantações de milho. Nestas canções, a primeira frase repete-se na segunda e, regra geral, a terceira frase refere-se às duas primeiras. Assim, a melodia repete-se três vezes com acompanhamento harmónico diferente. O “Blues” seminal era sobretudo vocal, uma vez que, os patrões, na verdade “donos” dos escravos, não lhes permitiam usar instrumentos musicais nem harmónicas, nem as populares congas e bongós africanos. Por isso, as vozes, faziam o papel de instrumentos, embora a voz, também se possa considerar um instrumento melódico. É sabido que havia uma pessoa que dava a voz de comando, com a primeira frase e os outros trabalhadores repetiam-na nos termos supra referidos, numa cadência melódica precisa e contínua que incentivava o ritmo do trabalho e a produtividade sem alterações nem perturbações. Nestes termos, os donos das plantações incentivavam mesmo estes ritmos, estes cantos, uma vez que, a produtividade dos campos de algodão e milho saía muito beneficiada.

Abraham Lincoln

No  século XIX, a sociedade civil Norte-americana encontrava-se profundamente dividida entre os Estados do Norte, muito industrializado, desenvolvido, democrático e anti-esclavagista e os Estados do Sul, profundamente rural, mais atrasado, esclavagista e racista.

Esta situação manteve-se até às eleições americanas de 20 de Dezembro de 1860, quando venceu as eleições o candidato democrata e anti-esclavagista, Abraham Lincoln.

1860 – Parte do histórico discurso patriótico, do democrata Abraham Lincoln, durante a campanha eleitoral, em 6 de Novembro de 1860 e, ainda antes de ser eleito presidente dos Estados Unidos da América:

“Uma casa dividida contra si própria não pode manter-se em pé. Um governo não pode permanecer indefinidamente semi-livre e semi-escravo. Não pretendo que a União se dissolva nem pretendo que a casa caia em ruínas mas pretendo que deixe de estar dividida.”

20 de Dezembro de 1860 – A histórica eleitoral vitória do Democrata anti-esclavagista Abraham Lincoln, provoca a secessão de onze estados esclavagistas, do Sul dos estados Unidos, Carolina do Sul – (Raleigh), Alabama – (Montgomery), Mississipi – (Jackson), Geórgia – (Atlanta), Flórida – (Talahassee), Texas – (Austin), Louisiana – (Baton Rouge), Virgínia – (Richmond), Arkansas – (Little Rock), Carolina do Norte – (Raleigh) e Tennessee – (Nashville), que se separam da União Federal e formam um novo país designado por “Confederação de Estados do Sul”, com capital em Richmond.  Organizam-se eleições e é eleito presidente, Jefferson Davies. Organiza-se igualmente um poderoso exército de dois milhões de homens e faz-se um enorme esforço de guerra para equipar esse exército, que pretendia defender até à morte a sociedade organizada, com brancos a dominarem escravos negros. Para comandante supremo desse exército “Confederado” escolheu-se um grande militar, genial estratega e apoiante da causa Confederada, o General Robert Edward Lee.

Curiosamente, o próprio Presidente Abraham Lincoln, já havia convidado este grande militar para comandar o exército dos Nortistas, também conhecidos por “Yankees”, o qual declinou o convite por ser Sulista e apoiar esta causa.

(Continua)

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