Charles Lepierre, e o Sal em Rio Maior
O livro de Charles Lepierre, editado em 1936, está disponível on-line na versão PDF, informou o RMJORNAL, Júlio Ricardo.
Fez ontem, 10 de Agosto, oitenta e oito anos que Charles Lepierre, visitou as salinas de Rio Maior, para adquirir material de estudo para o que viria a ser o livro “A Indústria do Sal em Portugal”. Tal facto pode ser facilmente comprovado na leitura da página 145 do referido livro, editado em 1936, que menciona a data das análises da água das marinhas de Rio Maior.
Charles Lepierre, era Engenheiro Químico, e formou-se na École de Physique et de Chimie Industrielles, em Julho de 1887.
Membro de diversas sociedades francófonas, destacou-se como presidente da Socièté de l’Ècole Française de Lisbonne, que iria posteriormente dar origem, sete anos após a sua morte, que ocorreu em Lisboa a 17 de Dezembro de 1945, ao liceu francês, que tem o seu nome – Charles LePierre.
Também o Laboratório de Química Analítica do Instituto Superior Técnico, onde Charles Lepierre lecionou durante 26 anos, até se jubilar, recebeu o seu nome por proposta da Ordem dos Engenheiros e aprovação por unanimidade do conselho escolar do IST.
O seu espólio foi doado em 2010, pelo seu bisneto António Lepierre Tinoco, ao IST e encontra-se arquivado no Núcleo de Arquivo do IST.
No livro que pode ser descarregado aqui, as salinas de Rio Maior, são mencionadas entre as páginas 145 e 149, sendo ai descritos não só os procedimentos para a extração do sal, como as características químicas da água, explicitando que comparativamente a

… a composição da água do Poço de Rio-Maior com a a água do oceano vê-se que a água de Rio-Maior é sete vezes mais mineralizada do que a do Oceano; além disso é muito mais rica relativamente, em cloreto de sódio, do que a do oceano ou por outras palavras, o cloreto de sódio, na água de Rio-Maior, é acompanhado por uma percentagem menor de outros sais do que nas águas do mar…
Charles Lepierre, A Indústria do Sal em Portugal, 1936, Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, R. Do Quelhas, 6-A, Lisboa. (pag. 146)
O livro contém ainda um conjunto de fotografias do local que o tornam um documento muito interessante para a história das Marinhas
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