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Carlota Vintém uma Cuidadora dos Gatos

Carlota Cuidadora dos Gatos

Carlota, que todos conhecem com cuidadora dos gatos, transformou uma loja que lhe foi cedida, num abrigo para cuidar dos gatinhos, agora conta com quase 40 e 3 colónias e muitas despesas veterinárias, pois são gatos que “chegam” doentes, sem qualquer cuidado. Conta com a ajuda de particulares as FAT (famílias de acolhimento) e também da entreajuda que existe com a Miumiu, cuidadoras que estão na mesma situação. Assume-se como uma pessoa “sem papas na língua” no que toca a defender os de “ninguém”.

No dia do Animal fomos conversar com Carlota para saber como se abordam as questões relacionados com os felinos mais domesticados do Mundo e que apesar da domesticação continuam a manter um instinto apurada, o que lhes garante uma sobrevivência maior que a dos canídeos, e talvez por isso menos atenção das pessoas e das autoridades.

Enquadramento Nacional e Internacional sobre a proteção dos Animaos

Desde 1992, a Sociedade Internacional para os Direitos dos Animais, mais conhecida como ISAR (sigla em inglês), promove a comemoração do Dia Internacional do Animal Abandonado, cujo principal objetivo é sensibilizar para o combate ao abandono de animais, para isso, neste dia, promove a nível mundial vários eventos e iniciativas que alertem para a causa, desde campanhas de esterilização, vacinação, microchip, palestras e várias formas de sensibilização para este flagelo.

A Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (Lpda), defende que este dia, “é um dia para uma reflexão muito profunda sobre ter ou não ter um amigo de quatro patas”, e nos alerta para o compromisso e fatores a ter em conta quando adotamos um animal. Pode ver mais Consultando aqui.

No mundo os números do abando de animais são alarmantes e Portugal não é exceção, estima-se que sejam abandonados cerca de 40 mil animais de companhia ano (dados oficiais), mas os números vão muito além dos oficiais, a associação Animalife, associação sem fins lucrativos, e através  de dados do Banco Solidário Animal para apoio alimentar, relata um cenário preocupante, entre associações e grupos de apoio informais e protetores de colónias, afirma, alimentam-se diariamente: 3.190 cães em matilhas e 44.514 gatos em colónias.

E em Rio Maior

Rio Maior evolui sincronicamente com a realidade de Portugal, o esforço feito para a renovação do espaço do Canil Municipal e organização feito pela Câmara de Rio Maior tem resultado num melhor apoio para os cães e onde a articulação com as Associações parece ter resultado numa melhoria efetiva para os cãezinhos, o mesmo não se observa para os gatos. Na tentativa de perceber como está a funcionar o apoio aos gatinhos fomos falar com a Carlota Vintém.

Carlota Vintém

RMJORNAL: Gatos em rio maior, como estamos?

Carlota: Falta empatia da parte das entidades responsáveis, vemos muito movimento em relação aos cães, que é ótimo e concordo com isso, mas, no entanto, com gatos se pedirmos uma solução não há e sei que estão a ser tomadas medidas. Mas e até lá? Porque, se não existisse eu (Suguinho e os Amigos), a Cármen (MiuMiu), o que é que isto ía dar? Nós não temos descanso, vida privada, trabalho num sítio de atendimento ao publico nem aí posso estar sossegada, não há onde recorrer…

Claro que há cada vez mais pessoas que ajudam e sabem que também podem fazer o que nos fazemos, porque se fizerem com um é menos um que está a sofrer na rua.

RMJORNAL: E apoios das entidades?

Carlota: Apoios não há, mas custa também a falta de reconhecimento. Costumo dizer que, quem quer fazer faz, não é preciso haver uma lei. Por exemplo, colónias não as reconhecem, será que não podiam ajudar? Eu sei que não somos uma associação, e será mais fácil ajudar uma associação, mas há muito que se pode fazer.

Se um particular encontrar um gato que precise de ajuda vai ficar com ele nos braços, a câmara não tem resposta, a GNR e as associações é quase nula não há Gatil. Assim não volta a ajudar, os tempos são difíceis de suportar.

RMJORNAL: E quantas são as Colónias que apoia?

Carlota: Neste momento são 3, a de maior dimensão junto a um hipermercado que estou a tentar controlar com esterilizações e que são suportadas por mim com a ajuda de muitas pessoas, só para as colónias são 2kg de ração por dia, mais os da loja que fazem dieta especifica para os seus diversos problemas de saúde.

RMJ: É uma vida dura…

Carlota: É, porque ás vezes as pessoas não têm noção da durabilidade das coisas, mas não consigo virar a cara como a grande maioria consegue.

RMJORNAL: Há um projeto para Gatil?

Carlota: Foi uma promessa, se há um projeto para um Gatil e mais uma vez, vou dizer que não concordo com o sítio! Denota que quem está a tratar do projeto não saberá que não é bom juntar um gatil com um canil, os gatos são animais com uma sensibilidade diferente dos cães e isso trás sempre muitos problemas a nível comportamental e de stress, mas se está a ser feito que vá para a frente porque não podemos esperar eternamente.

Os gatos aparecem todos os dias, estão cada vez mais doentes, é uma questão de saúde pública, temos de controlar através das esterilizações porque é a única hipótese. E depois tem de haver sensibilização e formação direcionada para as pessoas, temos de contrariar o pensamento que as esterilizações são contranatura. Temos de ter esterilizações mais em conta para ajudar a controlar, uma gata de 3 em 3 meses está a parir… Nós não conseguimos mais!

A Carlota para o dia do animal, deseja que “as mentalidades possam começar a mudar e fiquem mais conscientes que um animal tem sentimentos e merece todo o nosso respeito!”

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