Preferirmos sempre amaciar os corações perdidos como quem aconchega um bebé, diz mais de nós do que do outro.
Porque amaciar corações perdidos é fácil, basta para isso fornecermos um colo menos do que morno, reproduzir meia dúzia de frases feitas, embelezar o mundo de forma sonsa e esperar que o outro, emergido no seu desgosto, sorria e expresse uma emoção mais simpática de se acolher. Logo a seguir ficamos com uma sensação de dever cumprido muito satisfatória, que nos permite continuar o nosso caminho sossegados, cientes da nossa capacidade de acolhimento e de resolução estratégica de problemas alheios. Há poucas coisas tão prazerosas como esta.