Afeganistão – Um enorme crime contra a humanidade!
Olhem para a imagem em anexo que mostra bem como tudo começou.
por João Salvador Marques
A promoção do fundamentalismo islâmico, esse enorme crime contra a humanidade, foi uma arma tremenda contra o regime socialista afegão, mas sobretudo uma armadilha, extraordinariamente bem gizada, para ludibriar a decrépita liderança soviética da altura.
Levaram aquela gerontocracia a intervir estupidamente no Afeganistão para auxiliar o regime, que estava em apuros face a gente do piorio, bem treinada e extremamente bem armada e rapidamente ficaram atolados num conflito sem saída.
Atenção, esta aposta no fundamentalismo islâmico não foi obra da administração Reagan, como se julga, mas sim da administração Carter o tal dos direitos humanos e prémio Nobel da Paz. Como os soviéticos caíram que nem patos, ainda tiveram pretexto para boicotar os jogos olímpicos de Moscovo…
Se esta aposta tivesse tido apenas o objectivo de enfraquecimento da URSS, aliás contribuiu bastante para o seu fim, geoestrategicamente entendia-se.
O drama é que esta aposta nos fundamentalistas é um objectivo de fundo da política externa americana. Taliban, Al Qaeda, Daesh, tudo foi criado com o envolvimento dos USA para servir os seus interesses, e se por vezes, a criatura se vira contra o criador, não é impedimento para passado algum tempo, voltar a servi-lo.
Alguns analistas estão muito preocupados pelo Afeganistão poder ser novamente uma base para a Al Qaeda, mas escamoteiam que na Síria, a Al Qaeda apenas se aguenta em Idlib, graças ao enorme apoio da Turquia e dos USA e, atenção, nesse apoio há ou houve mais países da Nato envolvidos.
Reparem bem que tudo o que era laico no mundo árabe foi destruído pelos USA e pelos seus acólitos fundamentalistas, Líbia, Iraque, Síria, Afeganistão e o que mais adiante se verá.
Os regimes laicos árabes tendem a ser menos obedientes às ordens do Império que os fundamentalistas e, portanto, têm obviamente de ser substituídos por estes.
É dum completo cinismo os apoiantes de sempre dos USA virem falarem-nos em direitos humanos e particularmente em direitos das mulheres.
Esta promoção por parte dos USA do fundamentalismo islâmico é talvez o maior crime contra a humanidade dos tempos actuais.