A EUROPA SOB PRESSÃO
Esta semana o meu artigo para RM Jornal, vai abordar essencialmente o perigo de instabilidade política global, os efeitos da guerra na Ucrânia e o aumento das tensões nos países europeus. Estamos a ver presentemente nos Balcãs Ocidentais, a Rússia a tentar reafirmar a sua influência. Assim, mais do que nunca, a União Europeia, deve mostrar que é um parceiro útil e confiável para todos os países europeus, independentemente da sua relação formal com a UE.
Num mundo que se divide, a União Europeia deve fazer da confiança no projeto europeu uma prioridade estratégica para garantir a sua coesão. Na minha modesta opinião, vai ser muito difícil manter a coesão se a guerra da Ucrânia se prolongar no tempo.
Os graves problemas energéticos e uma falta satisfatória de alternativas, vai pressionar os Estados e governos europeus a tomarem medidas fora do âmbito comunitário. E isso, vai gerar confusão.
Senão vejamos, o presidente da Assembleia Nacional da Hungria (parlamento), Laszlo Kover, disse recentemente que a União Europeia pode ser considerada uma perdedora no conflito ucraniano, já que o bloco tem atuado contra seus próprios interesses económicos.
Disse ainda, que a União Europeia “está sob pressão externa, é incapaz de restabelecer a paz diplomaticamente, está agindo contra seus interesses fundamentais e pode ser considerada uma perdedora independentemente de qual dos lados diretamente envolvidos em operações militares se apresente no inverno “. Segundo a agência de notícias MTI da Hungria. Para Kover, nos contextos atuais, Bruxelas tem “servido a grupos de interesses não europeus“, o que sentencia a UE e seus países membros à “vulnerabilidade militar, dependência política, inviabilidade económica e energética e desintegração social”.
Outras preocupações surgem com a inflação no mundo, mas, com especial destaque para a zona euro. O presidente do banco central da Alemanha (Bundesbank), Joachim Nagel, abriu, caminho a novas subidas “significativas” das taxas de juro, face ao aumento da inflação e ao risco de recessão.
“Se a situação inflacionista permanecer como está, outros passos significativos terão de ser dados“, avisou, falando na existência de “indicações que mostram que a inflação se está a espalhar por muitas áreas” da economia.
O presidente do Bundesbank estimou que a taxa de inflação na Alemanha possa atingir um nível “superior a 10%” num ano no mês de dezembro, período que deverá, na sua opinião, constituir o pico inflacionista atual. Considerou ainda, “possível” que a Alemanha, a maior economia da Europa, entre em recessão no terceiro e quarto trimestres deste ano, e assim permaneça no início do próximo ano.
Em Portugal a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) – taxa de inflação em Portugal – terá diminuído para 9,0% em agosto, face aos 9,1% em julho, segundo a estimativa rápida divulgada em 31 de agosto de 2022, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Com os dados atrás referidos, torna-se evidente, uma acentuada perda de rendimentos por parte dos portugueses. Sei que não existem milagres para a resolução da perda de rendimentos, mas, uma coisa é certa, o descontentamento dos cidadãos é cada vez maior e, não é só em Portugal.
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